sábado, 8 de março de 2008

Pesquisa revela dieta inadequada de estudantes no DF

07 de março de 2008
Pesquisa revela dieta inadequada de estudantes no DF

Estudo com adolescentes do DF mostra que alunos exageram no consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar

As cantinas sempre lotadas na hora do intervalo nas escolas não deixam dúvidas. Adolescentes adoram salgadinhos, refrigerantes e outras besteiras encontradas nesses lugares. Mas qual é, exatamente, o perfil nutricional desses estudantes? Responder a essa pergunta foi o intuito de uma pesquisa recente feita por duas estudantes do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), sob a orientação da professora Kênia Baiocchi do Departamento de Nutrição. O estudo foi realizado com 49 alunas entre 14 e 17 anos de duas escolas da Asa Norte e duas de Taguatinga.

Segundo a aluna da graduação Raquel Costa Ferreira, o estudo demonstrou um consumo acentuado de alimentos ricos em gorduras e açúcares. Mais de 85% delas relataram ingerir balas, chicletes, pirulitos e similares entre cinco a sete vezes por semana. "Balas são açúcar simples, são pobres em nutrientes. Sem contar que estão relacionadas a cáries e outros problemas de saúde bucal" explica.

De duas a quatro vezes por semana, mais de 53% das alunas comem salgados assados e fritos, 51% ingerem chocolate e 46,9% bebem refrigerante. Quando a freqüência é analisada entre cinco a sete vezes por semana, 30% relatam comer salgados; 30%, chocolates; e 32% bebem refrigerantes. "Esse consumo é negativo porque esses alimentos são pobres em vitaminas e fibras. O ideal é que os lanches fossem mais a base de cereais e frutas", afirma.

A alimentação desregrada, associada, entre outros fatores, à baixa atividade física, não poderia ter outro resultado. Cerca de 37% das estudantes apresentaram excesso de gordura corporal e 12% estavam em risco de sobrepeso. "A permanência do sobrepeso e da obesidade nos adolescentes pode futuramente aumentar o risco para doenças do coração, excesso de colesterol e favorecer o aparecimento de diabete melitus" alerta. Em meio a estatísticas que demonstraram uma alimentação ruim, um dado chamou a atenção das estudantes. Mais da metade da amostra afirmou consumir mais de três unidades de frutas e hortaliças por dia, considerado ideal. Apesar dessa ser uma boa notícia, a quantidade de fibras ficou abaixo do esperado quando analisada a alimentação do dia anterior, contradizendo as expectativas.
Para a professora Kênia Maria de Carvalho, que orientou o trabalho, esse é um dado que merece ser analisado mais a fundo. Novos levantamentos poderiam confirmar a real ingestão de frutas, denotando preocupação com a saúde e a estética pelas mulheres na adolescência.

Redução Alimentar - Embora o objetivo da pesquisa tenha sido desenhar um perfil do consumo, Raquel explica que os dados podem ser utilizados para atividades de conscientização e de promoção de uma alimentação saudável entre os adolescentes, familiares e donos de cantina. Um exemplo? "Incentivar o consumo da fruta em vez do suco, e preferir o suco natural ao refresco; trocar o salgado frito pelo assado sempre que possível", enumera.

Para Raquel, a educação nutricional nessa faixa etária é muito importante para que as adolescentes passem a ter escolhas mais saudáveis. De acordo com a estudante, as alunas não precisam cortar totalmente refrigerantes, balas e chocolates. "Seria ideal que elas consumissem de uma a duas vezes por semana e procurassem, sempre que possível, substituir um doce por uma fruta". O fato de as alunas apresentarem boas condições socioeconômicas, favorece o acesso aos alimentos mais saudáveis.

Kênia diz que pela resistência natural de adolescentes a mudanças, a melhor estratégia não é proibir "mas trabalhar na negociação para acrescentar alimentos saudáveis e, quem sabe, assim os salgadinhos vão perdendo status, porque os outros vão ganhando"<,p>
Embora a amostra tenha sido composta apenas de mulheres por uma questão metodológica, as recomendações não eximem os garotos. "A preocupação com relação aos hábitos envolve meninos e meninas", explica Kênia.

O estudo gerou um pôster apresentado no Congresso de Iniciação Científica ocorrido no início de outubro na UnB. As pesquisas foram realizadas durante novembro de 2006 e junho deste ano.

Freqüência de consumo semanal &nbspNunca a uma vez &nbsp2 a 4 vezes &nbsp5 a 7 vezes Salgado &nbsp16,3% &nbsp53,1% &nbsp30,6% Bolo &nbsp49% &nbsp42,9% &nbsp8,2% Biscoito Recheado &nbsp38,8% &nbsp32,7% &nbsp28,6% Chocolate &nbsp18,4% &nbsp51% &nbsp30,6% Balas e similares &nbsp4,1% &nbsp10,2% &nbsp85,7% Refrigerante &nbsp20,4% &nbsp46,9% &nbsp32,7%
Contato da pesquisadora: Raquel Costa Ferreira http://br.f525.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=racanut@gmail.com
Informações Assessoria de Comunição da UNB (61) 3307-2028/ 3307-2029/ 3307-2246 http://br.f525.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=secom@unb.br
Fonte: Assessoria de Comunição da UNB


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"O método científico é comprovado e verdadeiro. Não é perfeito, é apenas o melhor que temos. Abandoná-lo, junto com seus protocolos céticos, é o caminho para uma idade das trevas." Carl Sagan

terça-feira, 4 de março de 2008

Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil - Importância do trabalho de educação nutricional infantil.


O hábito alimentar é um fator importante para o aparecimento ou não de doenças crônico-degenerativas (hipertensão, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares) que são as principais causas de morte nos indivíduos adultos. Por isso, as mudanças de hábitos alimentares são muito importantes na prevenção e promoção de saúde. Sendo estes hábitos alimentares formados na infância, é de suma importância a compreensão dos fatores determinantes dos hábitos dos familiares para que possam ser propostos processos educativos efetivos para que ocorram mudanças do padrão alimentar dessas crianças.
De acordo com a literatura, o comportamento do pré-escolar é determinado em um primeiro momento pela família (ou responsável pela criança na ausência dos pais) e posteriormente pelo contato com outras crianças com hábitos e culturas diferentes, com suas preferências alimentares individuais. O grande desafio é aumentar as preferências alimentares para alcançar um hábito alimentar mais saudável, pois um fenômeno muito freqüente nesta faixa etária é a neofobia alimentar, isto é, muitas crianças têm medo de experimentar novos alimentos e sabores.
Este medo de experimentar novos alimentos pode ser reduzido por métodos de aprendizagem, associação de brincadeiras que simbolizam um estado de bem estar entre as crianças para uma associação positiva entre o prazer infantil e a aceitação pela maioria do grupo por uma escolha alimentar mais saudável, conquistando assim pequenas mudanças alimentares que com o passar do tempo irão substituir hábitos alimentares errôneos.

Fonte: Ramos M, Stein LM. Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil. J Pediatr (Rio J). 2000;76(Suppl 3):228-37.